Da janela, as numerosas colinas que se exibiam no horizonte desafiavam até os olhos mais atentos; pareciam brotar a cada novo olhar.
Então as colinas desapareceram do horizonte. E os meus olhos haviam finalmente percebido que o PP ali estava. Perto, de onde meus olhos podiam até mesmo distinguir uma discreta cicatriz em seu belo rosto, vi o seu sorriso, os seus olhos, os seus olhos, os seus olhos. Lembrei-me dos Faróis. A sua respiração ofegante rompia as suas palavras em sílabas. Num mundo com tantas e sedutoras cores, eu havia substituído o verde das colinas pelo castanho dos seus olhos no governo da minha íris. Eram tão raros aqueles olhos castanhos. Gostava que fosse sempre assim, não ter nada para fazer, viver como espuma do mar ou nuvens no céu azul. Assim ficámos, abraçados. Tive medo do que pudesse dizer. Apeteceu – me chorar. Algo não estava bem, e eu sabia disso. Ultimamente ele procurava refugiar – se em mim. Como se o mundo inteiro não o compreendesse, como se tudo e todos o quisessem tramar. Desde que o João morreu no maldito acidente ele começara a isolar – se e a esconder o seu sorrido com tristes lágrimas silenciosas que escorriam pelas nossas caras. Partia – me o coração vê-lo assim.
Por dois olhos castanhos.
Por dois olhos estranhos.
Por dois braços morenos.
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